Nuestra América 21092020 – Espacio Memoria y Derechos Humanos – ex-ESMA
No programa Nuestra América desta semana conhecemos o Espacio Memoria y Derechos Humanos na Argentina. O Nuestra América, música e cultura latino-americana, vai ao ar pela Zummm FM, a rádio comunitária de Santo André, 87,5 Mhz e também nas redes sociais. Também apresentamos notícias da região e dicas culturais. Produção e apresentação de Marcos Imbrizi.
- No programa desta semana conhecemos o Espacio Memoria y Derechos Humanos, na Argentina. Fundado em 2004, ele ocupa a antiga ESMA, a Escuela de Mecânica de la Armada, que durante a ditadura civil militar, de 1976 a 1983, funcionou como centro de detenção, tortura e desaparecimento de presos políticos.
Prédio da antiga ESMA, atual sede do Espacio Memoria y Derechos Humanos. Foto: Marcos Imbrizi- Abrimos o programa com Astor Piazzola.
Libertango, ao vivo: https://www.youtube.com/watch?v=MepPfI7ebMYAstor Piazzola com Gerry Mulligan Anos de Soledad https://www.youtube.com/watch?v=0yFtC0k5UmA
- O bandoneon de Astor Piazzola abriu o Nuestra América da semana. Ouvimos um dos clássicos, Libertango, numa gravação de 1977, e em seguida Años de Soledad, com a participação do saxofonista Gerry Mullingan, gravada em 1974.
- Astor Piazzola foi um dos milhares de argentinos que tiveram de se exilar durante a ditadura militar argentina. Ele viveu na Europa, onde ganhou fama internacional e gravou vários discos.
- O Espacio Memoria y Derechos Humanos ocupa as antigas instalações da ESMA, a Escuela de Mecânica de la Armada. Durante a ditadura civil militar, de 1976 a 1983, o local funcionou como um centro de detenção, tortura e desaparecimento de presos políticos.
- Com o argumento da existência de um inimigo interno, as Forças Armadas instalaram cerca de 750 centros clandestinos de detenção em toda a Argentina. Eles funcionavam em quartéis, delegacias, escolas e outros locais em cidades. Este aparato estatal esteve a serviço do terror planejado e sistemático institucionalizando o sequestro, tortura e desaparição de pessoas. A ESMA foi uma peça chave neste plano
- Desde 2004, constituído como Espacio Memoria y Derechos Humanos, o prédio conserva as marcas e vestígios da passagem por este campo de concentração dos detidos e desaparecidos, para continuar como os estudos que possam permitir o acesso a novas evidências judiciais e como fonte documental para a reconstrução histórica dos ocorridos.
- Apresentamos duas canções do grupo Escalandrum
Escualo https://www.youtube.com/watch?v=9FQL_kpTxC0
Escalandrum e Elena Roger Balada para um loco https://www.youtube.com/watch?v=VUG08OsZZwA
- O Escalandrum é sexteto que tem entre seus integrantes o neto de bandoneonista, Daniel Piazzola. Eles já se apresentaram diversas vezes por aqui. Ouvimos as músicas Esculalo e Balada para um loco, com a participação de Elena Roger.
- Voltamos a falar do Espacio Memoria y Derechos Humanos. Na antiga ESMA, se cometeram crimes contra a humanidade que são investigados e julgados nos tribunais. Hoje o local é um espaço aberto à comunidade que busca preservar a memória e promover e defender os direitos humanos. Ele está localizado no bairro de Nuñez, na zona norte de Buenos Aires.
- O prédio é um dos símbolos do autoritarismo e da repressão criminosa coordenada pelas ditaduras da América latina. Estima-se que 5.000 pessoas estiveram detidas ou desapareceram após passarem pela ESMA durante a ditadura. No total 30.000 pessoas foram desaparecidas pelas forças da repressão argentina.
- A existência material e espacial da ESMA é uma denúncia viva e uma evidência dos crimes do terrorismo de Estado. O Espacio memoria tem como objetivo aportar a compreensão sobre como se planejou e executou o terrorismo de Estado na Argentina e suas consequências no presente, para contribuir a consolidar uma cultura democrática e um exercício pleno dos direitos humanos.
- Apresentamos La Negra, Merceces Sosa, acompanhada de banda e Leon Gieco e Nito Mestre e a canção La colina de la vida.
Mercedes Sosa, Leon Gieco e Nito Mestre https://www.youtube.com/watch?v=E2z3qa659_g
- Além de local para regatar a memória o Espacio oferece série de atividades como cursos, oficinas e exposições, entre outras atividades. É possível também visitar o local e conhecer um pouco desta triste história argentina. Atualmente, por conta da pandemia do novo coronavírus, as visitas estão suspensas.
- Entre os projetos do Espacio está Memórias de Vida e Militância. A partir da investigação e testemunhos, fotos, cartas e outros objetos pessoais, busca-se recuperar as identidades individuais e coletivas das pessoas desaparecidas no centro clandestino que funcionou na ESMA.
O projeto conta com postais com informações sobre a vida destas pessoas. É o caso de Maria Esther Lomusso Lammle. Em 1976 ela integrava um grupo de catequistas que realizava trabalhos sociais na periferia de Buenos Aires. Maria Esther foi sequestrada em 14 de maio de 1976 por um grupo de tarefas da ESMA em seu apartamento no bairro de Almagro. Tinha 22 anos e é uma das 30 mil desaparecidas. https://espaciomemoria.ar/
- O Espacio Memoria é a ligação entre um passado repressivo e um presente em construção contínua para transformação do nosso futuro coletivo. O local conta com um sítio na Internet com vasta informação: https://espaciomemoria.ar/
. NOTÍCIAS
- Dia da Paz – Dia 21 de setembro se comemora o Dia Internacional da Paz, algo que se torna mais importante a cada dia que passa, uma vez que continua a aumentar os conflitos entre países mundo afora, apesar dos esforços da Organização das Nações Unidas em cessá-los. Para lembrar a data a ONU realiza série de atividades a partir desta semana. (Metro)
- Fauna – Artigo publicado na revista Scientific Reports mostra que a América Latina perdeu 60% de sua fauna nos últimos 500 anos, período em se se iniciou a ocupação do continente pelos europeus. Além das áreas desmatadas, este processo, chamado desfaunação, atinge também regiões de florestas por conta da pressão de caçadores. (O Tempo)
- O País mais afetado pela perda da fauna é a Nicarágua, seguida de Honduras. O Brasil ocupa o terceiro lugar. No nosso País, a caatinga e a Mata Atlântica são os biomas mais afetados, e perderam respectivamente 75% e 62% de seus animais.
- Coronavírus - De acordo com o Plano São Paulo, todo o Estado de São Paulo encontra-se na fase amarela. Isto permite atendimento presencial em bares, restauramntes, salões de beleza, academias, shoppings, comércios de rua, escritórios em geral e concessionárias. (Governo do Estado de SP)
- E no Brasil nesta semana os casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus já ultrapassa 4,6 milhões de casos. E nesta semana o número de óbitos deve atingir 140 mil.
- Por tudo isso, se cuide. A pandemia ainda não acabou. Se puder fique em casa. E se tiver se sair, use máscara, mantenha o distanciamento social e mantenha as mãos sempre limpas.
- Ouvimos também o argentino Fito Paez. Durante o período da pandemia ele fez a serie Quarantine Sessions. Esta foi La cancion de las bestias, produzida neste período.
La cancion de lãs bestias https://youtu.be/Of7pn2DAkjM
. AGENDA CULTURAL
- Agenda Cultural Online da Secretaria de Cultura de Santo André segue repleta de atrações. Música, literatura, cinema e teatro, entre outras atrações gratuitas estão disponíveis nas redes sociais. Confira em: http://www3.santoandre.sp.
- Lei Aldir Blanc - E a Secretaria de Cultura de Santo André segue o cadastramento dos produtores culturais da cidade. Podem participar as mais diversas expressões e linguagens, incluindo técnicos e espaços culturais. Os interessados devem acessar a plataforma oficial, o CulturAZ (culturaz.santoandre.sp.gov.
- Prêmio Gabo 2020 - E a Fundação Gabo, criada pelo jornalista e escritor Gabriel Garcia Márquez chega aos 25 anos em 2020. Para celebrar a data, a fundação abre inscrições para o Prêmio Gabo, o reconhecimento mais importante ao jornalismo em espanhol e inglês.
- O Prêmio Gabo 2020 reconhecerá trabalhos apresentados em todos os gêneros jornalísticos e suportes de publicação. As inscrições podem ser feitas até 5 de outubro. Mais informações no sítio: https://premiogabo.
- Ouvimos ainda o cantor chileno Victor Jara e a canção Manifesto. Victor foi um dos milhares de chilenos mortos durante a ditadura de Augusto Pinochet no Chile. Nascido de uma família de camponeses, tornou-se um reconhecido diretor de teatro e dedicou-se ao desenvolvimento de seu País. Integrante do movimento Nueva Canción Chilena, teve participação ativa durante o governo do presidente Salvador Allende. Logo após o golpe militar de 11 de setembro, Victor foi preso, torturado e fuzilado. Seu corpo foi abandonado em uma favela de Santiago.
https://www.youtube.com/watch?
- 1000 guitarras para Victor Jara – Para homenagear o cantor, o grupo Entre Latinos realiza no próximo sábado (26), às 16h, mais um evento 1.000 guitarras para Victor Jara Brasil. A terceira edição brasileira da homenagem ao cantor e compositor chileno será realizada numa live. No You Tube: @circuitodantobr, e no Facebook: @entrelatinosbrasil.
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