Quem controla a mídia no Brasil?

O Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social divulgou nesta semana o resultado da pesquisa ‘Quem controla a mídia no Brasil?’, que teve por objetivo mapear os veículos de maior audiência, que, consequentemente, têm maior potencial de influenciar a opinião pública, e quem os controlam.

Em seu sítio, o coletivo lembra que uma mídia independente e plural é a condição indispensável para um sistema político democrático. “Afinal, se os conteúdos que circulam através dos meios de comunicação influenciam a formação da opinião pública, o que esperar se não há diversidade de informações e de pontos de vista?”, questiona.

No trabalho foram analisados 50 veículos (TV, rádio, mídia impressa e online), que pertencem a 26 grupos de comunicação. O resultado da pesquisa é um alerta vermelho. “Nosso sistema de mídia mostra alta concentração de audiência e de propriedade, alta concentração geográfica, falta de transparência, além de interferências econômicas, políticas e religiosas”. A pesquisa está disponível em: http://brazil.mom-rsf.org/br/

Um exemplo – Nos anos 2000, quando morei em Governador Valadares (MG), tive a oportunidade de conhecer um exemplo deste tipo de concentração de propriedade de mídia. Naquela época, o vice-prefeito e candidato a prefeito era dono da concessão da TV Globo local, de emissoras de rádio AM, FM, da TV a cabo, além de ter participação no principal jornal impresso da cidade.

Na época da eleição, o horário politico local era transmitido pelo seu canal de TV. O detalhe é que os candidatos tinham de entregar o programa que seria veiculado com 24 horas de antes de irem ao ar. Ou seja, ele tinha acesso ao conteúdo dos programas dos demais candidatos com antecedência, e podia preparar o seu próprio programa e responder a questionamentos ou propor soluções a problemas levantados. E mesmo assim, ele perdeu a eleição.

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