Berlim: marcas do passado
Ao caminhar pelas ruas de Berlim nos deparamos com algumas marcas
do passado. Uma delas, o muro que entre 1961 e 1989 a dividiu entre os lados
leste e oeste. Em alguns locais, o muro de concreto original, com três metros
de altura. Em outros, como na Postdamer Platz, um pequeno trecho com grafites e
placas com informações. Na conhecida East
Side Gallery permanece cerca de um quilômetro com desenhos de artistas de
todo o mundo, transformando o cinza do concreto em uma enorme galeria de arte a
céu aberto.
Trecho do muro de Berlim na Postdamer Platz
Num cruzamento, o check point Charlie, posto de vigilância
do antigo trecho da cidade controlado pelos EUA. Lá alguns atores vestidos de
soldados tiram fotos divertidas com os turistas. Mesmo onde não há mais o muro,
uma espécie de trilho demarca o chão com placas indicativas de trechos em
trechos: ‘Berliner Mauer 1961-1989’.
Outras marcas são pequenas placas de metal encrustradas nas
calçadas. Neste caso para lembrar a perseguição promovida na época do nazismo.
Muitas delas, com nomes de judeus. Como a do casal Kurt e Thekla Schwarz,
nascidos respectivamente em 1906 e 1907 e a filha Marion Schwarz, nascida em
1935. A placa está na calçada próxima ao local onde eles moraram e foram presos
e deportados para Riga, em 1941, onde foram assassinados.
Ou do casal Adolf e Rahel Editha Jacks, nascidos em 1895 e
1898 e, junto com os filhos Egon e Wilhelm, nascidos em 1923 e 1925. Egon foi o
primeiro deportado para Riga em 15 de agosto de 1942, onde foram assassinados três
dias depois. Wilhelm foi deportado para Auschwitz em 1º de março de 1943. Seus
pais foram deportados para Auschwitz um dia depois, onde foram mortos.
Placas identificam integrantes de família judia levadas para os campos de concentração
E os judeus não foram os únicos perseguidos durante o
período nazista. Nos deparamos com uma placa, por exemplo dedicada ao grupo ‘asozial’
(anti-social) ou ‘arbeitssscheu’ (ou sem
trabalho), também perseguidos e deportados para os campos de concentração. Comunistas
e até Testemunhas de Jeová também tiveram o mesmo fim durante este triste
período da história da Alemanha.
Grupo dos anti-sociais e sem trabalho também foram perseguidos pelo governo nazista


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